5 de outubro de 2021

Ato em Jaguarão/RS. Foto: Gabriel Solimeno
Desde as primeiras horas da manhã, o sábado, dia 2 de outubro, foi marcado pelo grito de Fora Bolsonaro que percorreu, de norte a sul, este país. O sexto dia de luta pela saída do presidente reuniu centenas de milhares em manifestações que ocorreram em mais de 300 cidades no Brasil e no exterior.
Mais uma vez, faixas, cartazes e palavras de ordem expressavam a indignação do povo contra o governo. Além do Fora Bolsonaro e Mourão, ecoaram nas ruas as denúncias contra a política de morte adotada por Bolsonaro na pandemia, a corrupção do governo, a alta do desemprego, a inflação nas alturas, a fome e a miséria.
A indignação mostrada nas ruas não era pra menos. Os números do país vão de mal a pior com a administração do ex-capitão do Exército. Pelo menos 2 milhões de famílias entraram para a condição de extrema pobreza, entre janeiro de 2019 e junho deste ano, segundo o Cadastro Único do governo federal.
Com isso, já são 14,7 milhões de brasileiros vivendo com menos de R$ 89 por mês. O custo de vida também não para de crescer. A cesta básica ficou, em média, 22% mais cara nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O desemprego é outro fator preocupante. São 14 milhões de pessoas sem conseguir trabalho e mais de 50 milhões vivendo na informalidade. Com isso, o Brasil atingiu a triste marca de 46 milhões de pessoas vivendo sem renda proveniente do trabalho, isto equivale a quase um terço dos lares brasileiros.
Outras demandas
Trabalhadores de diferentes categorias também aproveitaram o dia de luta para se manifestar sobre outras pautas. A Reforma Administrativa (PEC 32) foi amplamente criticada nos atos em todo o país. Os servidores públicos denunciaram o projeto de Bolsonaro e Paulo Guedes, o ministro de Economia, que pode por fim ao serviço público no Brasil.
O PL 591 que trata da privatização dos Correios também foi alvo dos manifestantes. A entrega da estatal ao setor privado irá penalizar os brasileiros, piorando serviços e encarecendo as taxas, além de outros problemas. Por isso, os trabalhadores ecetistas também foram às ruas dar seu recado.
A luta no campo pela reforma agrária e contra o marco temporal das terras indígenas também se fez presente. Nos anos sob a presidência de Bolsonaro, os conflitos por terras só aumentaram. O fato é fruto das declarações do presidente que incentivam a violência no interior do país.
Manifestações
Em todas as regiões do país, as principais capitais realizaram atos massivos. Em algumas delas, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Jaguarão e Santana do Livramento foram dezenas de milhares manifestantes. A CSP-Conlutas esteve presente em cada uma delas, levando a importância da unidade para derrubar Bolsonaro e da construção de uma greve geral.
Em Jaguarão o ato se concentrou na Praça do Regente com apresentações musicais e falas dos movimentos sociais e entidades sindicais. A marcha do ato iniciou em direção ao centro da cidade até o cais do Porto, onde o ato foi encerrado.

Ato em Jaguarão/RS. Foto: Gabriel Solimeno

Ato em Jaguarão/RS. Foto: Gabriel Solimeno

Ato em Jaguarão/RS. Foto: Gabriel Solimeno
Em Santana do Livramento, movimentos sociais e sindicatos também marcaram presença em um ato no centro da cidade.



A Sesunipampa esteve com representação em Brasília na última semana durante a Jornada de Lutas Contra a PEC 32 e marcou presença no ato por lá também.


Todos às ruas em 15 de novembro!
Os atos de sábado também serviram de convocatória para o próximo dia de manifestações pelo Fora Bolsonaro e Mourão que irão ocorrer no feriado de 15 de novembro. A CSP-Conlutas reitera a necessidade de intensificar as mobilizações nas bases, nos locais de trabalho, nas associações de bairro, debatendo a importância de dar o passo seguinte na luta: a greve geral.
Fonte: CSP-Conlutas, com edição da Sesunipampa
Fotos: Gabriel Solimeno, Fora Bolsonaro Santana do Livramento e Assessoria Sesunipampa
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