
Fonte: Brasil de Fato
O aumento das cheias devastadoras no Rio Grande do Sul está diretamente ligado ao desmatamento na Amazônia, alertam cientistas do clima. De acordo com especialistas, o desflorestamento no Norte do país compromete a capacidade das florestas de regular o clima, intensificando eventos extremos, como as chuvas que afetam quase 2 milhões de gaúchos.
Luciana Gatti, cientista de mudanças climáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), explica que as árvores amazônicas desempenham um papel crucial na regulação climática, atuando como "climatizadores". No entanto, o desmatamento, que já eliminou 20% do bioma original, perturba esse processo e altera o padrão de chuvas em regiões distantes.
Alexandre Costa, professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e doutor em Ciências Atmosféricas, destaca que os fenômenos climáticos extremos, incluindo as chuvas intensas no Sul do Brasil, foram previstos pelos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) desde 2007.
Os especialistas ressaltam que o agronegócio, responsável pelo desmatamento, muitas vezes se alinha ao negacionismo climático, dificultando a adoção de políticas eficazes para combater o desmatamento e suas consequências. Confira na integra esta reportagem realizada pelo Brasil de Fato.
Comentarios