Por um novo ordenamento do território do Rio Grande do Sul
- assessoriasesunipa
- 4 de jul.
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A catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024 continua impactando a vida da população, especialmente dos mais pobres, que ainda enfrentam dificuldades na reconstrução de suas moradias e territórios. Esse cenário reforça a necessidade de repensar a relação entre sociedade, natureza e território no estado, considerando os impactos históricos no meio ambiente e as consequências das mudanças climáticas. Embora muitas medidas ocorram em escala municipal, é fundamental adotar uma visão regional e territorial para reestruturar o planejamento urbano e o ordenamento do espaço.
Com esse objetivo, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com outras universidades do estado e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), lançou a Agenda Referencial para o Ordenamento Territorial do RS, que será desenvolvida entre junho e dezembro de 2025. A proposta busca construir, de forma coletiva e com ampla participação social, uma estratégia para lidar com eventos climáticos extremos e orientar o planejamento territorial do estado. A iniciativa está alinhada à construção da Política Nacional de Ordenamento Territorial (PNOT) e posiciona o Rio Grande do Sul como pioneiro na formulação de estratégias integradas de desenvolvimento territorial.
A Agenda será estruturada por meio de grupos de trabalho com temas como “Natureza e Território”, “Governança Territorial”, “Conflitos Territoriais”, “Economia e Relações Transfronteiriças”, “Sistemas Informacionais” e “Urgências e Emergências”. A participação da sociedade é central, incluindo comunidades tradicionais, agricultores familiares, quilombolas, povos originários, ribeirinhos, pesquisadores e representantes de outros estados. Serão realizados três seminários regionais: o primeiro na UFRGS, em Porto Alegre, com apresentação dos grupos de trabalho, da metodologia e início da escuta social; o segundo na UFSM, em outubro, com os resultados parciais da pesquisa e oficinas participativas; e o terceiro na UFPel, em novembro, com a entrega do relatório final e a publicação da Agenda Referencial.
A expectativa é que esse processo colaborativo contribua para que o povo gaúcho repense e reconstrua seu território sob novas bases, mais preparadas para os desafios impostos pelas mudanças climáticas e eventos extremos.
Fonte: Brasil de Fato








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