Saúde mental das mulheres negras precisa ser pensada considerando desigualdades estruturais, aponta psicanalista
- assessoriasesunipa
- 30 de jul.
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Durante o Julho das Pretas, mês que reforça a luta das mulheres negras latino-americanas e caribenhas, a saúde mental surge como tema central de debate. Mulheres negras enfrentam maior vulnerabilidade à violência, doenças crônicas, mortalidade materna e falta de acesso à saúde, em um cenário marcado pelo racismo e pelo machismo. Essa realidade impacta diretamente seu bem-estar psíquico.
A psicóloga e psicanalista Edlamar França, critica a forma como a psicanálise tradicional, ainda centrada em referenciais europeus, ignora a complexidade das subjetividades negras. Segundo ela, a psicanálise amefricana, inspirada por pensadoras como Lélia Gonzalez, propõe uma escuta que reconhece o sofrimento psíquico como expressão de traumas coletivos e estruturais.
Para França, pensar saúde mental das mulheres negras exige ações coletivas e políticas públicas que enfrentem as desigualdades de raça, gênero e classe. Ela também defende a construção de uma nova psicanálise, antirracista e conectada às raízes afroindígenas brasileiras, como forma de reparação histórica e fortalecimento das redes de cuidado.
Fonte: Brasil de Fato
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